segunda-feira, 4 de março de 2013

GG ENTREVISTA: KEKA DEMÉTRIO - "SOU O GRANDE AMOR DA MINHA VIDA"


Big Girls, vocês não imaginam com que alegria compartilho com vocês a entrevista feita com a incrível KEKA DEMÉTRIO, esta bela mulher que chama atenção por sua inteligência e a liderança, e que escreve como ninguém sobre os anseios de nossas almas plus.
 
 Mineira nascida em 25 de junho de 1972, atualmente KEKA DEMÉTRIO escreve uma coluna semanal no MSN , direcionada para o público plus size, no portal TEMPO DE MULHER de Ana Paula Padrão (http://estilo.br.msn.com/tempodemulher), e lançará seu livro e seu portal (http://kekademetrio.com.br) no ano de 2013, coroando seu sucesso e determinação.
 
Com vocês, KEKA DEMÉTRIO! ENJOY!!!
 
 


 
GG- Vc é de onde? Tem qtos anos?
 
KEKA - Sou Mineira de Ituiutaba e tenho 40 anos (ok, eu sei que não parece!!! ahahah)
 
GG - Como foi sua infância? 
KEKA - Bom, vamos lá.
Quem me vê hoje não acredita que fui uma criança tímida. Tinha muitos amigos, com a graça de Deus sempre tive facilidade para fazer amizades, mas em ambientes onde poderia chamar a atenção, principalmente na sala de aula, era extremamente tímida e sofria muito. Isso durou até os 10 anos, depois fui me soltando, ficando atrevida, e confesso que as amizades foram muito importantes para essa libertação. A partir da época em que me soltei, fui sempre a representante de sala, a que detestava injustiças, e claro, fazia parte da "Turma do Fundão".
 
 
GG - Como aconteceu o movimento de aceitação plus size no Brasil? Qual foi a primeira vez q ouviu falar?

KEKA - Ainda lutamos para sermos aceitos, mas de 2009 para cá muitas coisas mudaram, aos poucos e gradativamente estamos ganhando o nosso espaço. Um belo dia, para ser mais exata em junho de 2009, navegando pela internet, me deparei com o Blog Mulherão e achei fantástica a proposta. Comecei a conversar com a Renata Poskus, dona e criadora do Mulherão e fui participar do 2º Dia de Modelo – DDM - realizado por ela. De lá pra cá nos tornamos amigas e ao ver um texto que eu havia escrito e postado no Orkut ela me convidou para ser colunista.
O Blog Mulherão fez e faz um imenso sucesso. Através dele participamos de diversos programas de TV, concedemos entrevistas, sentamos até no sofá da Hebe, e com essa visibilidade na mídia pudemos levar nossa ideias.
Já existiam alguns blogs para o público plus size, mas foi depois do boom em 2009 que a coisa começou a ganhar força de verdade. Hoje grandes canais estão se abrindo para esse mercado que não para de crescer. Eu, por exemplo, hoje escrevo colunas semanais para o portal Tempo de Mulher de Ana Paula Padrão no MSN direcionado para o público plus size, e muitas destas matérias foram destaque na home do MSN. Acho que a mídia está começando a ficar de olho em nós.
 
 

GG - Vc comentou que está com 40 anos (assim como eu). A partir desta idade, juntamos mais uma característica que nos invisibiliza para a indústria da moda e dificulta ainda mais a aceitação da sociedade. Como lidar com isto?

KEKA - Costumo dizer que tenho 40 anos com rostinho de 28 e juízo de 15.
Com15 anos acreditamos em nossos sonhos e não temos medo, e é com esse ‘juízo’ de 15 que enfrento as diversidades. Passei a me respeitar de tal maneira que nem percebo se me aceitam ou não. Costumo dizer nas minhas palestras que é necessário que a gente se ame e se aceite, mas isso não quer dizer que os outros também vão nos amar e nos aceitar, mas que a partir do momento em que nos posicionamos de forma positiva, as pessoas podem até não gostar, mas passam a nos respeitar.

GG - Existe um comentário corrente que diz que o mercado de modelos plus size no Brasil discrimina as mulheres negras e mais velhas. Vc concorda?

KEKA - Eu fico extremamente triste por ver que um movimento que começou como luta contra o preconceito, de certa forma fortaleceu o preconceito contra negros, mulheres mais velhas e ainda mulheres com manequim acima do nº 50. Existem meninas negras lindas, mas as grifes não querem. Mulheres com idade entre 35 e 40 anos só conseguem trabalho se tiverem manequim no máximo nº 48. A sensação que tenho é que negros, mulheres da minha idade e mulheres cujo manequim é maior que nº 50 não são consumidoras. Não me vejo representada em nenhuma campanha. A beleza da diversidade da mulher brasileira existe e esta a disposição, e a empresa que perceber e souber aproveitar isso a seu favor vai criar um diferencial enorme.
 
GG - Como vc acha que a sociedade e a mídia em geral enxergam o movimento plus size? Com seriedade ou como uma caricatura do mundo da moda?

KEKA - Quando o movimento começou houve uma dualidade de reações. Por um lado as mulheres plus size começaram a se libertar e do outro as criticas pipocaram. Pessoas gordas sempre renderam boas piadas, mas agora rendemos audiência. Temos consciência que representamos um grande mercado consumidor e exigimos respeito. Se alguém nos critica, ao invés de ficarmos calados como antes, nós vamos lá e damos a cara para bater, não nos importamos mais em sermos vidraças. E a mídia tem percebido isso, e, embora ainda exista muita matéria caricata de gordos, estamos avançando cada dia mais abocanhando nosso espaço junto aos veículos de comunicação.
 
GG - É notório que vc está muito mais bonita agora com 40 anos. Quais são seus segredos de beleza?

KEKA - Costumo dizer que o tempo é foi generoso comigo, mas confesso que depois que entendi que sou o grande amor da minha vida descobri uma mulher linda e imperfeita, mas repleta de vida para ser vivida e sonhos para serem realizados. Vamos lançar um livro ainda neste semestre, não demora muito o kekademetrio.com.br estará no ar e estes projetos tem feito eu sorrir muito e dizem que sorrir rejuvenesce. É, é isso, acho que o segredo é esse, é acreditar na capacidade de transformar pesadelos em sonhos. E, claro, beber muita água. rsrs
 
 


GG -  Para finalizar gostaria que você deixasse uma mensagem de auto estima para todas nós, como só vc sabe fazer!

KEKA -Ninguém chegou a lugar algum sentindo-se coitadinho. Portanto, para de se lamentar e vai tomar as rédeas da sua vida antes que você se torne coadjuvante da sua própria história.