Por: Juan Carlos Santander Espinosa
A sociedade, a família, os meios de comunicação, os homens ou as mulheres.
Vivemos em uma época na qual a beleza transcende todos os círculos. Desde a infância até a idade adulta, tanto mulheres quanto homens são bombardeados por mensagens e imagens nas quais se ressalta a beleza das coisas na natureza, nos animais e em todos os seres humanos.
Inicio este artigo com três definições de beleza: de acordo com o Dicionário da Língua Espanhola, a beleza é definida como uma “propriedade que faz as coisas serem amadas, que nos infunde o deleite espiritual. Esta propriedade existe na natureza e nas obras literárias e artísticas”.
A Wikipédia, enciclopédia livre da internet, define o termo como: a característica de uma coisa que, por meio de uma experiência sensorial (percepção) busca uma sensação de prazer ou um sentimento de satisfação. Neste sentido, a beleza provém de manifestações como: forma, aspecto visual, movimento e som, ainda que também seja associada, com menos frequência, a sabores e cheiros.
Por fim, Tomás de Aquino, teólogo e filósofo da igreja Católica, define a beleza como “aquilo que agrada à visão” (quae visa placet).
Essas três definições, entre tantas outras que existem no mundo e na mente de homens e mulheres, demonstram como a beleza pode ser diferente e subjetiva para cada pessoa.
Mas o que isso tem a ver com a mulher?
Simples, é cada vez mais preocupante ver até onde as mulheres podem chegar para alcançar o ideal de beleza, para atrair o sexo oposto ou, simplesmente, para estar à altura dos padrões de beleza impostos pela sociedade atual.
Desde a infância, as meninas são envoltas em um manto de beleza que distorce sua realidade e a percepção que têm dela.
Alguns exemplos desta afirmação são as bonecas Barbie e Polly, as princesas (Cinderela, Branca de Neve, a Bela Adormecida, Rapunzel, a Pequena Sereia, entre outras), etc.
Esses exemplos, entre muitos outros, geram desde cedo nas meninas a vontade de se parecerem com esses personagens fictícios.
Em muitos países do mundo, concursos de beleza infantis fazem com que as meninas, que estão em fase de construção de caráter e personalidade, se esqueçam de sua idade e se tornem mulheres que dão mais importância aos penteados, à maquiagem e aos vestidos do que às brincadeiras, às amigas e até mesmo aos doces.
Vemos meninas que ainda estão em desenvolvimento e querem ter seios maiores, lábios sensuais e cabelos de comercial de xampu. Tudo com o consentimento dos pais, principalmente das mães.
Vemos como mulheres bonitas, na busca por alcançar padrões de beleza e serem aceitas pela sociedade, submetem-se a perigosas cirurgias com “médicos” pouco qualificados e acabam deformadas, colocando a saúde em risco ou perdendo a vida em uma sala de cirurgia.
Cada mulher e cada homem é fruto da genética dos pais. Todos nós viemos ao mundo com características determinadas pelos genes. Algumas pessoas serão mais ou menos “bonitas”, algumas serão altas, loiras, de olhos claros, cintura fina, pele morena e personalidade forte. Outras serão baixinhas, gordinhas, de olhos puxados e escuros, o que não quer dizer que são feias.
A beleza está presente em todo ser humano. Pode estar no interior ou no exterior de cada pessoa. Homem ou mulher. É tão subjetiva que o que você acha belo e charmoso, pode ser feio em outra cultura, país, raça ou sociedade.
Há a beleza pode ser comprada com um bisturi, com uma roupa, como uma boa maquiagem de marca, mas a beleza interior de cada um só se sobressai quando a pessoa se aceita como é e se mostra ao mundo com todas as suas virtudes, qualidades, fraquezas e defeitos.
Por fim, a beleza não é determinada pelos meios de comunicação, pelas modelos nas passarelas ou pelas estrelas de Hollywood. A beleza do ser humano pode ser vista no sorriso de uma criança, nos olhos de uma mãe e nos cabelos grisalhos e rugas de uma avó.
Resumindo, todas as mulheres e todos os homens são belos, só que alguns não sabem disso. A beleza está no interior de cada pessoa, e não em um rosto ou perfil harmonioso e perfeito.