domingo, 7 de fevereiro de 2010

A INDÚSTRIA DA BELEZA - VOCÊ SABIA?


 

A BELEZA E SEUS INFELIZES

por Marco Frenette

Ao ocupar o lugar dos valores morais e éticos, a busca da perfeição corporal é confundida com felicidade e realização, gerando grandes frustrações. Quem lucra com essa inversão das prioridades humanas é a milionária indústria da beleza.

Toda mulher pode ser bonita. Bastam 15 minutos diários e 5 dólares ao ano em creme facial. "Helena Rubinstein fez esta afirmação em 1902, ao lançar na Austrália seu Crème Valaze, produto que inaugurou o primeiro e um dos maiores impérios do setor de beleza, consolidado a partir de 1915, quando a empresária mudou-se para Nova York, onde viveu milionária numa cobertura decorada com obras de Dalí, Matisse e Picasso.

Já vai um século desde que Rubinstein fez essa propaganda enganosa. Desde então, a milionária indústria alimentada pelo sonho da beleza só fez crescer. É um negócio que movimenta bilhões de dólares por ano em todo o planeta. A receita dessa indústria no Brasil, contando apenas produtos de higiene, cosméticos e perfumaria, foi de 7,5 bilhões de reais no ano passado, quase 14% mais que os 6 ,6 bilhões de reais de 1999.

Desde o começo dos anos 90, circulou 73% mais dinheiro nesse setor no Brasil. Apenas a Avon, líder mundial em venda direta de cosméticos, teve aqui faturamento de 1,9 bilhão de reais em 2000. Com sede em Nova York e dezoito fábricas em quinze países, a empresa tem faturamento líquido de 5,7 bilhões de dólares ao ano.

No campo das intervenções cirúrgicas com fins estéticos o Brasil só perdeu, em 1999, para os EUA. Em 1994 foram 5 mil cirurgias plásticas em jovens entre 15 e 25 anos. Em 1999, subiram para 30 mil. Crescimento vertiginoso de 600%. No ano passado, foram mais de 400 mil cirurgias plásticas, a ponto de os que lucram com as ilusões alheias aguardarem a aprovação do Banco Central para consórcios desse tipo de cirurgia.

Na área de suplementos alimentares (que a maioria consome mais com preocupações estéticas que de saúde) os números também são altos. Esse mercado tem receita anual de 17 bilhões de dólares nos EUA e de 1,5 bilhão de reais no Brasil.

Relações entre peso e beleza também revelam a dimensão da histeria estética. Vinte anos atrás uma top model pesava 8% menos que a média das mulheres. Hoje a diferença saltou para 25%. Em estudo recente, a pesquisadora americana Patricia Owen concluiu que quase metade das mulheres da Playboy e um terço das 500 modelos pesquisadas em sites de agências estavam dentro dos critérios internacionais de desnutrição e de peso perigosamente reduzido.

A obsessão pela aparência é hoje uma das principais causas de estresse e ansiedade, tornando infelizes e deprimidas pessoas saudáveis que não atingem o padrão de beleza que a sociedade exige. Beleza inalcançável, já que especialistas afirmam que parcela mínima da população mundial (entre 5% e 8%) tem estrutura física para tanto.

A historiadora Mary Del Priore resume o desatino dessa cultura narcisista. "Com a tirania da perfeição física, todos querem participar da sinfonia do corpo magnífico, quase atualizando a intolerante estética nazista. Numa sociedade de consumo, a estética surge como motor do bom desenvolvimento da existência, e a feiúra é vivida como um drama."

E um drama de resultados sinistros. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a bulimia e a anorexia são as principais causas de morte de mulheres jovens (entre 11 e 20 anos) em todo o mundo. De cada dez casos, dois são fatais. São doenças próprias de um mundo devotado à superficialidade. O bulímico ingere grande quantidade de comida para depois provocar o vômito que o livrará da nutrição indesejável. O anoréxico é dominado por um medo intenso de engordar mesmo estando extremamente magro, e por isso se submete à fome contínua. Nos Estados Unidos, uma em cada 100 meninas é anoréxica. No Brasil, uma em cada 250.

Recentemente pesquisadores entrevistaram 548 meninas de 11 a 18 anos em Boston, EUA. Mais de dois terços admitiram ver modelos como Kate Moss e Claudia Schiffer como padrões de beleza. Apenas 29% estavam acima do peso, mas 66% queriam emagrecer. Metade declarou ler revistas de moda de duas a cinco vezes por mês, além de manifestar desejos estéticos irreais para as possibilidades de seus corpos.

A historiadora Joan Jacob Brumberg, em seu The Body Project - An Intimate History of American Girls, relatou as angústias e traumas das jovens americanas com a própria aparência desde 1830. "A diferença é que, no século passado, as garotas não organizavam suas vidas em torno de seus corpos. Hoje há uma substituição do bom comportamento pela boa aparência."

Brumberg corrobora a afirmação com dois trechos retirados de diários de adolescentes. Em 1892, uma menina prometia obrigar-se a "não falar sobre mim ou meus sentimentos, pensar antes de falar, trabalhar seriamente, ser contida em conversas e ações, não deixar meus pensamentos vagarem e me interessar mais pelos outros". Em 1982, as promessas de outra adolescente foram bem diferentes. "Perderei peso, comprarei novas lentes, terei um novo corte de cabelo e roupas novas."

Uma pesquisa sobre a revista Nova, realizada pela antropóloga Lara Deppe, ajuda a entender o crescimento vertiginoso da indústria da beleza. Mostra como se construiu socialmente a legitimação das preocupações com o corpo e a beleza. O que antes era futilidade, virou causa de vida e morte. "Na década de 70, médicos e cientistas mostravam nas páginas da revista a importância da beleza física para manter a saúde mental. O cuidado com a aparência foi cientificamente justificado, migrando do terreno da vaidade para o da necessidade física e mental".

Antes atributo da natureza, agora a beleza deve ser conquistada, e é necessário gastar muito para isso. Exemplo dessa mudança de mentalidade é a gaúcha Juliana Borges, que passou por dezenove cirurgias plásticas antes de tornar-se miss Brasil 2001.

A indústria da beleza vive e prospera num vácuo emocional e espiritual que o pensador norte-americano Cornel West chamou de "grande desesperança". É o culto ao invólucro tornando-se o próprio sentido da vida. Vencido o ideal de busca de equilíbrio entre corpo e mente, restou apenas o corpo, instaurando-se a corpolatria. Há estreita ligação entre busca da beleza e frustração sexual, tal como estudada por Wilhelm Reich, para quem nossa miséria sexual era o maior dos nossos males. Ser belo é ter acesso ao sexo que se deseja, é a mensagem subliminar mais comum nas propagandas.

O culto à beleza também incentiva sentimentos pedófilos. São inúmeras as meninas que vendem sua imagem para revistas e tevês, desfilando corpos virginais por passarelas do Brasil e do mundo. Exemplo é a catarinense Poliane Marcel, que recentemente debutou no São Paulo Fashion Week com 13 anos, idade mais apropriada para estar num banco escolar.

Segundo a cientista e psicóloga Nancy Etcoff, a busca da beleza não é uma construção cultural, tampouco uma invenção do mundo da moda, mas parte essencial da natureza humana, fato pelo qual todas as civilizações reverenciaram a beleza, perseguindo-a com mais ou menos ênfase. Isso é fato. A diferença é que a beleza nunca foi tão fundamental quanto hoje, e nunca uma indústria valeu-se de modo tão ostensivo do desejo profundo das pessoas em se identificar com o que há de mais belo segundo os padrões vigentes.

Na Idade Média, por exemplo, os níveis de exigência estética em relação à mulher eram bem baixos. Apenas com o Renascimento o ideal greco-romano de beleza voltou a vigorar e foi se construindo uma cultura em que a beleza tem lugar preponderante, para atingir o ápice em nossa atual sociedade de consumo. E nunca a beleza esteve tão inserida num contexto de luta darwinista pela sobrevivência como agora, em que ser belo é ter maiores chances de vitória na vida. Seja de que modo for e a qualquer preço.

Recentemente, a promotora de Justiça Luiza Nagib Eluf escreveu artigo apontando para o grande poder dos meios de comunicação globalizados de influenciar pessoas e gerar obsessões coletivas, como a de buscar uma beleza inatingível. "Com a neurose estética, a vida perde sentido. Os neuróticos agem como se a felicidade, o amor, a emoção, tudo dependesse exclusivamente do corpo e de sua adequação aos padrões de beleza impostos globalmente. Mas por mais que se cuide da aparência física, o ser humano reflete o que lhe vai no interior, e não há maquiagem que embeleze uma alma atormentada." A indústria da beleza sabe perfeitamente disso, mas jamais tocará no assunto ao fazer suas propagandas enganosas.




WANESSA CAMARGO É VAIADA NA ABERTURA DO SHOW DE BEYONCÉ

Gente, o que esta menina tem na cabeça?! Eu não entendo, como as estrelas acreditam em tudo que os "puxa-sacos" falam?!!

Quem é que não sabe que black soul e .... e.... sei lá qual é o estilo musical da Wanessa (leia-se "Uanessa"), não combinam? É como fazer o Sérgio Reis abrir o show do Metalica!!

Só pq ela gravou uma música com aquele rapper americano já se acha a MADONNA?

Vamos cair na real, né?

Não quero nem ver como os cariocas vão reagir!!!!!!!

O INTOLERÁVEL PESO DA FEIÚRA

                                                             Ruby - a anti Barbie
Tenho  me inspirado muito no programa "Saia Justa" da GNT para postar. São temas interessantíssimos ancorados pela também interessantíssima e inteligentíssima Mônica Waldvogel. De bônus vêm a linda e articulada Maitê Proença e a intrigante Márcia Tiburi. Sobre a "comentarista" Beth Lago eu prefiro não comentar....  
Então, ouvi elas falando sobre o livro " O INTOLERÁVEL PESO DA FEIÚRA" e resolvi pesquisar. Resultado: a entrevista da autora para o site da editora PUC RJ. Enjoy!

"No entender de nossa entrevistada, Joana de Vilhena Novaes, trata-se de uma constatação: o mundo não teria sido projetado para eles. Partindo dessa realidade, e com o intuito de criticar o que chama de “ditadura da beleza e da magreza”, recentemente, a autora publicou O intolerável peso da feiúra: sobre as mulheres e seus corpos (Editora PUC-Rio/Garamond). Em sua reflexão, Joana é taxativa: quem não se enquadra hoje nos padrões de beleza vigentes sofrerá o castigo da rejeição e exclusão sociais. Mais do que propor uma “ação afirmativa” para os gordos, a escritora mostra que é possível ganhar a luta contra essa “ditadura da magreza”.



Entrevistada deste mês na seção Autores, Joana de Vilhena Novaes é doutora em Psicologia Clínica (PUC-Rio) e coordena o Núcleo de Doenças da Beleza do Laboratório Interdisciplinar de Pesquisa e Intervenção Social (LIPIS) da Universidade. Hoje com 29 anos, alia a carreira acadêmica à consultoria a várias empresas especializadas em estética feminina, como, por exemplo, a Dove, quando desenvolveu a campanha “O sol nasce para todas”.



Nos últimos dez anos, a autora tem realizado pesquisas de campo em hospitais e academias, e se tornou especialista em transtornos alimentares. Nesta entrevista, Joana de Vilhena Novaes comenta como se interessou pelo tema, a metodologia empregada na pesquisa e fala sobre seu pioneirismo no estudo da beleza feminina pelo viés da psicologia.

Editora PUC-Rio: Em que momento começou a pensar sobre os padrões de beleza da sociedade contemporânea até culminar na autoria do livro Intolerável peso da feiúra?



Joana de Vilhena Novaes: O livro surgiu de minha tese de doutorado, com algumas adaptações, feitas na conversão para o formato de livro. É fruto de uma pesquisa que realizei nos últimos 10 anos, quando ainda era estudante de graduação de psicologia. Foi nessa época que pensei pela primeira vez em estudar a ditadura da beleza e do corpo. A pesquisa iniciou-se, então, na minha monografia de final de curso, e se estendeu no mestrado e, mais recentemente, em minha tese de doutorado.

Nessa fase da minha vida, a minha questão era: “será que só eu acho muito chato esse negócio de malhar?” Realizei, então, pesquisa de campo para saber se somente a mim a malhação incomodava, ou se havia uma dimensão de prazer nessa atividade. No meu caso, restringi a pesquisa à prática corporal específica da malhação. A monografia teve como tema as academias da zona sul carioca. Inicialmente pesquisei mulheres de classe média e classe média alta, e posteriormente passei a analisar mulheres pertencentes a outras classes sociais.



No mestrado observaria que essas mulheres malhadoras tinham uma “tal” rotina no seu cotidiano, uma série de cuidados e outras práticas além da malhação. Elas também se submetiam a uma série de intervenções estéticas. Então, elegi a cirurgia plástica estética como um segundo campo para a pesquisa. Isso porque o livro apresenta três espaços de análise: o primeiro, academia de ginástica; o segundo, as cirurgias estéticas; e o terceiro, a intervenção cirúrgica, hoje muito difundida, denominada gastroplastia redutora, que promove a redução do tamanho e do volume do estômago.



A essa altura eu já havia chegado ao doutorado com os dois primeiros campos pesquisados, e satisfeita com as conclusões acerca deles. Faltava ainda compreender por que as mulheres hoje se submetem a intervenções tão drásticas como a da gastroplastia, entre outras. Conversando com colegas do departamento, antropólogos, sociólogos, fui me dando conta de que eu não falava de beleza, mas sim da feiúra. Daí surgiu o título “O intolerável peso da feiúra”. Essas práticas, na verdade, surgiram para se fugir da feiúra.

Editora PUC-Rio: Qual foi, então, a metodologia adotada para o estudo do que você chamou de “o intolerável peso da feiúra”?

Joana de Vilhena Novaes: O trabalho é um estudo qualitativo onde busquei fazer uma etnografia da relação das mulheres com seus corpos. Realizei entrevistas com mulheres de diferentes idades e classes sociais (nas diferentes etapas da pesquisa) buscando em cada etapa aferir o grau de satisfação ou não com o próprio corpo e quais as práticas corporais adotadas... Inicialmente dividi em duas faixas etárias: uma de meninas de 15 a 25 anos, e outra, de mulheres de 25 anos em diante. O momento inicial da minha pesquisa se deu em visitas a clínicas particulares. Posteriormente, passei a freqüentar o cotidiano do hospital público – aliás, um ponto alto da minha pesquisa. Em seu ambulatório, pude desenvolver minhas pesquisas e acompanhar serviços voltados para população de baixa renda, como a cirurgia estética. O último grupo de informantes da minha pesquisa foi o de mulheres obesas mórbidas. Fui para um campo em que o sofrimento é acentuado. A obesa mórbida vive um nível de exclusão social que as demais mulheres não vivem. Foi a partir desse estudo que surgiu a idéia da criação do Núcleo de Doenças da Beleza que atualmente coordeno. O Núcleo faz parte, atualmente, de um dos muitos projetos do Laboratório Interdisciplinar de Pesquisa e Intervenção Social (LIPIS), vinculado à Vice Reitoria Comunitária da PUC-Rio.



Editora PUC-Rio: Conte-nos, então, sobre a criação e o trabalho do Núcleo de Doenças da Beleza.



Joana de Vilhena Novaes: O Núcleo surgiu a partir da pesquisa, porque na época eu trabalhava no Centro de Integração de Atendimento Psicológico (CIAP), do Departamento de Psicologia da PUC-Rio. Funcionou para mim como uma espécie de especialização, porque o estudante podia desenvolver sua pesquisa acadêmica e ao mesmo tempo ter um campo de prática supervisionada. Com o término de meu doutorado, com as mudanças efetuadas no CIAP e com a criação do LIPIS, surgiu a oportunidade de ampliar o serviço, vinculando-o à VRC.



Editora PUC-Rio: A psicologia dá espaço para a discussão em torno da beleza, da feiúra?



Joana de Vilhena Novaes: Hoje em dia esse tema é amplamente discutido e a mídia dar espaço para ele é importante. Mas no começo dos meus estudos havia muito preconceito da academia – ressalvando que sempre fui muito estimulada por minha orientadora Monique Augras. Contudo, não restringi minha pesquisa à área de psicologia. Dialogo muito com as ciências sociais. Comecei usando a psicologia social, que era um campo que me interessava, mas achei necessário expandir para outras áreas do conhecimento o debate em torno da questão, tais como a antropologia e a sociologia.



Editora PUC-Rio: Quais são os principais teóricos que contribuíram para a formulação de sua tese?



Joana de Vilhena Novaes: O primeiro autor com que me deparei foi Pierre Bourdieu, que me ajudou a entender a noção de campo, sobretudo o meu primeiro campo, o das academias de ginástica, para discutir o conceito de habitus. Courtine, Malysse e Remaury, dentre outros, me auxiliaram muito, na discussão da relação da mulher com seu corpo. Mauss, Da Matta, Rodrigues e Strozemberg não poderiam estar ausentes na perspectiva antropológica que norteia a tese – ou seja: o corpo é sempre uma construção social. Dentro da literatura da sociedade do consumo, diversos autores me serviram de inspiração, como Jean Baudrillard, e na área de psicanálise, além de Freud, é claro, não há como não fazer referência a Jurandir Freire Costa, que explora esse sujeito contemporâneo aprisionado em seu corpo.

Editora PUC-Rio: A máxima sugerida no seu livro, “só é feia quem quer”, é fato recente?



Joana de Vilhena Novaes: Trata-se de um fenômeno dos últimos 25 anos. Há um marco importante: a educação sexual feminina. A mulher se liberta de uma série de ditames, repensa seus valores, as questões morais, e surgem situações novas como a presença da mulher no mercado de trabalho. Contudo, podemos questionar esta “liberação”, uma vez que a jornada da beleza, talvez possa ser entendida como mais uma tarefa acrescentada à agenda feminina. Os teóricos dessa área normalmente tendem a entender a ditadura da beleza como mais uma forma de aprisionar a mulher no seu próprio corpo. Com um agravante – como aponta Baudrillard, há uma “moralização do corpo feminino”.



Editora PUC-Rio: As pessoas que não têm dinheiro para manter a “ditadura da beleza” se sentem excluídas socialmente?



Joana de Vilhena Novaes: Se sentem excluídas, sim... Mas essa é a engrenagem da sociedade de consumo. O indivíduo acaba sempre por se sentir insatisfeito, sempre demandando, angustiado, sempre precisando consumir algo. Por outro lado, a mídia é democrática. O discurso está aí, mas nos apropriamos dele da maneira como queremos. Mas há situações como as que presencio em lugares como os hospitais da prefeitura. A gente, por exemplo, sabe que todo pós-operatório de cirurgia estética requer toda a sorte de cuidados, de cremes, massagens, drenagens etc. Isso é caro! Sai um “pacotão” de produtos para a manutenção. E, claro, o hospital público não oferece o tratamento pós-operatório. Mas é impressionante como as pacientes (que não têm dinheiro) se organizam, trocam informações para garantir o sucesso e continuidade no tratamento. É fruto, acho, daquele conhecimento gerado pela sabedoria popular. E assim como a área da saúde, a área da estética também acaba influenciada pelo desenvolvimento de técnicas alternativas, “populares”. Uma entrevistada minha disse que ela não freqüentava academia, mas subia na laje, colocava tijolo e fazia o exercício de step. Há estudos na área de economia, que vêm se consolidando de 20 anos para cá, que informam um aumento sempre crescente do percentual dos salários que é destinado ao consumo de bens ditos supérfluos pelas classes menos favorecidas.



Editora PUC-Rio: Como psicóloga, deve atender vários pacientes com baixa auto-estima. Há relação entre baixa auto-estima e gordura?



Joana de Vilhena Novaes: Dentro desse universo do qual fazem parte uma parcela de minhas entrevistadas, e partindo do princípio de que o Rio de Janeiro poderia ser considerado uma “meca” da formatação dos corpos, diria que está cada vez mais difícil encontrar uma mulher gorda que se sentisse a vontade com seu corpo – não falaria nem em se sentir feliz não! -, mas sim se sentir à vontade para circular livremente pela praia, por exemplo. Já existe um lugar comum em se dizer que toda mulher pode perder 2 ou 3 kilos! O mundo não foi projetado para os gordos! No caso das obesas ela não irá caber na cadeira do cinema, do avião, não encontrará roupas transadas etc. As pessoas à sua volta olham para a pessoa gorda na praia com “cara de nojo”! E não sou eu Joana quem está falando, são as minhas entrevistadas que me relataram isso. Há depoimentos dramáticos e que provocam muita tristeza no leitor.



Mas há algo mais grave ainda e que não é falado – as empresas não estão contratando pessoas gordas! Se você não é capaz de agenciar com competência seu corpo, certamente ao será capaz de ter um bom desempenho no trabalho – o preconceito é imenso, mas neste caso, ainda não está denunciado. Mais ainda, segundo uma pesquisa do NY Times, as mulheres bonitas ganham muito mais e têm muito mais facilidade em suas carreiras. Não há auto-estima que resista!



Editora PUC-Rio: O intolerável peso da feiúra pode ser considerado uma crítica à sociedade contemporânea?



Joana de Vilhena Novaes: Considero o livro uma denúncia contra a ditadura estética da magreza. Ele tenta ser um libelo contra o preconceito, porque eu estou falando de exclusão social – a intenção é essa –, não perdendo de vista a dimensão de resistência e as formas criativas como as pessoas arranjam para lidar com isso. Ao contrário das outras formas de preconceito (raça, religião etc) o preconceito contra a gordura é socialmente validado!



Felizmente ao falarmos de sujeito estamos falando de singularidade e, consequentemente de possibilidades de resistência. Se o corpo está cada vez mais “docilizado” e “disciplinado” como aponta Foucault, autor que utilizo bastante, o sujeito também encontra formas de rebelar-se. Daí não podermos dizer que todas as pessoas gordas e/ou feias estão submetidas desta forma a esta ditadura. Felizmente!"


FONTE:http://www.puc-rio.br/

BEYONCÉ NO BRASIL



Aos 28 anos, Beyoncé venceu, no Oscar da música americana - o GRAMMY- além de melhor canção, como melhor performance de cantora feminina de R&B, com "Single Ladies (Put a Ring On It)", melhor performance cantora tradicional de R&B, com "At Last", melhor música de R&B, também por "Single Ladies (Put a Ring On It)", e melhor álbum de R&B contemporâneo, por "I Am… Sasha Fierse".
 
 
Já no Brasil, como era de se esperar a "Divalicius" arrasou em seu primeiro show feito na cidade de Florianópolis/SC.
Com abertura de Ivete Sangalo, que já pode ser considerada uma QUASE ex-fofinha, a noite foi estreladíssima.

Ainda restam shows em Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro.
Reserve o seu ingresso!!!!Ou mande um pra mim!!RSSSS!